Famílias tem procurado fazer o planejamento familiar para definir métodos contraceptivos

Entre os anos 2000 e 2020, o Brasil teve uma redução de 25% no número médio de filhos

Um estudo do SEADE (Sistema Estadual de Análise de Dados) com base nas informações dos Cartórios de Registro Civil no Estado de São Paulo mostra que o número médio de filhos, entre 2000 e 2020, passou de 2,08 filhos por mulher para 1,56, obtendo uma redução significativa de 25%.

A diminuição da fecundidade no interior do estado foi da ordem de 24,4%, passando de 2,01 para 1,52 filho por mulher, nos últimos 20 anos. Esses resultados mostram como as mulheres estão tendo consciência sobre a gravidez. Vale lembrar que os casos de gravidez na adolescência também diminuíram, em média, 18% até o ano de 2019.

Segundo o estudo afirma que nesse período, a estrutura etária da fecundidade tornou-se mais envelhecida, com as mulheres tendo seus filhos mais tardiamente. Muitas famílias estão buscando o planejamento familiar, com a orientação especializadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS)

No município de São Francisco, o Departamento de Saúde também está com o programa do planejamento familiar, orientado pela enfermeira da ESF (Estratégia Saúde da Família), Joicy Rodrigues, que auxilia as gestantes no pré-natal, e orienta as que tomam a decisão da laqueadura.

Além da Laqueadura, existem outros métodos como contraceptivos: anticoncepcionais orais e injetáveis, dispositivos intrauterinos (DIU) e preservativos. Todos eles estão acessíveis, inclusive para adolescentes, nas UBS, mesmo que estejam desacompanhados.

“Toda vez que uma pessoa quer fazer, um processo de esterilização definitiva, seja laqueadura ou vasectomia, o casal passa pelo planejamento familiar, que é um projeto que mostra para o casal os métodos contraceptivos que existe, com as diversas opções que são eficientes e que possam ser reversivas, assim o casal faz a escolha com mais consciência dos métodos” Explica a enfermeira.

As gestantes que fazem o acompanhamento do pré-natal, e decidem fazer a laqueadura no momento do parto, deve estar com 20 semanas de gestação e passar pelo acompanhamento de todos os profissionais envolvidos, até mesmo com atendimento psicológico. O procedimento pode ser com o parceiro, ou sem, segundo a atualização da lei, a mulher não precisa mais da permissão do marido para a realizar o procedimento.

A Lei

O Ministério da Saúde reduziu de 25 para 21 anos a idade mínima para realizar a laqueadura ou a vasectomia

Desde março de 2023 estão valendo as novas regras para cirurgias de laqueadura e vasectomia. Agora, a idade mínima para realizar os procedimentos passa a ser de 21 anos para esterilização voluntária em pessoas com capacidade civil plena. Como pré-requisitos, a pessoa precisa ter, no mínimo, dois filhos vivos e não é mais necessária a autorização do(a) cônjuge, consentimento que era obrigatório até então.

Procedimentos de esterilização

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece cirurgia de vasectomia para homens, porém o serviço de saúde não oferece a cirurgia de reversão. O procedimento leva de 15 a 20 minutos e não há necessidade de internação. Após a cirurgia, é necessário utilizar outro método contraceptivo durante, pelo menos, 90 dias.

A laqueadura, em mulheres, é um procedimento cirúrgico que dura em média uma hora. O objetivo é evitar o contato do espermatozoide com o óvulo, que acontece nas trompas, para impedir a fecundação e, consequentemente, a gestação.

É importante ressaltar que para as grávidas que queiram realizar o procedimento da laqueadura, pode ser feita no momento da cesariana, a lei estabelece o prazo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o parto.

Os interessados em fazer qualquer um dos dois procedimentos pelo SUS devem procurar a UBS e expressar a vontade de utilizar o método.

Marcela Barros
Estagiária
Setor de Comunicação